Durante o período gestacional, a mulher passa por inúmeras transformações, incluindo algumas alterações fisiológicas que podem afetar o coração na gravidez.
Por esse motivo, mesmo quem não sofre com pressão alta ou doenças cardiovasculares, precisa ficar atenta ao fenômeno conhecido como doenças hipertensivas especificas da gravidez (DHEG), uma condição que pode atingir até 10% das gestantes.
Esse é um dos problemas mais frequentes na gravidez, e o maior responsável por morte materna de causa não-obstétrica, podendo acometer mulheres logo no início da gestação (hipertensão crônica), ou surgir após 20 semanas (hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia).
As alterações hipertensivas podem causar inúmeros danos, aumentando o risco de morbidade e mortalidade materna, fetal e perinatal. Por isso, caso tenha fatores de risco ou apresenta alterações durante a gravidez é extremamente importante fazer um acompanhamento cardiológico contínuo.
No artigo de hoje, conheça algumas alterações que podem acontecer com o coração na gravidez e saiba como se prevenir. Acompanhe a leitura!
Aqui colocar pré-eclampsia e eclampsia no numero 1 e a parte de cardiomiopatia periparto acho que pode tirar. Pq é uma condição muito especifica, infrequente e de tratamento quase que exclusivamente hospitalar.
1 – Cardiomiopatia periparto
A cardiomiopatia periparto consiste em uma doença que causa danos às paredes do coração (miocárdio), podendo acometer mulheres no final da gravidez ou após o parto.
Ainda não há uma causa conhecida para o distúrbio, mas a cardiomiopatia tende a acometer mulheres que já passaram por várias gestações, com mais de 30 anos, grávidas de mais de um feto e com condições de pré-eclâmpsia.
Por esse motivo, recomenda-se que as mulheres que já tiveram esse problema com o coração na gravidez evitem engravidar novamente. O tratamento é semelhante ao da insuficiência cardíaca.
2 – Aumento da frequência cardíaca
É muito comum que as mulheres tenham dúvidas sobre qual normal do batimento cardíaco na gravidez.
Mas, é normal que durante a gestação, o coração trabalhe mais rápido, já que a medida que o feto cresce, o órgão precisa bombear mais sangue para o útero. Ao final da gestação, o bebê recebe mais de um quinto de todo o volume de sangue da gestante. Existe também um grande aumento do volume de sangue circulando e para lidar com isso, o coração aumenta sua frequencia de batimentos.
Por esse motivo, uma das principais alterações com o coração na gravidez é justamente o aumento da frequência cardíaca, em conjunto com um débito cardíaco (aumento da quantidade de sangue bombeado em até 50%).
Estima-se que, em repouso, as grávidas tenham por volta de 90 batimentos por minuto.
O débito cardíaco normaliza à medida que o parto se aproxima. No entanto, apesar de ser uma condição comum na gravidez, é preciso ficar atenta quando há irregularidades no ritmo cardíaco, que pode ser sintoma de outra doença.arritmias.
3 – Valvulopatias
As valvulopatias (alterações nas válvulas do coração) devem ser investigadas e, se necessário, tratadas antes da mulher engravidar. Inclusive, para casos mais graves, há recomendação de tratamento cirúrgico.
Normalmente, as válvulas mais afetadas durante a gestação são a aórtica e mitral, com distúrbios de estreitamento das paredes (estenose), que pode resultar no acúmulo de água no pulmão (edema pulmonar), além de irregularidades no ritmo cardíaco.
O tratamento é feito conforme o diagnóstico da valvulopatia, e pode incluir o uso de remédios e acompanhamento médico frequente da gestante.
4 – Eclâmpsia e pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma das doenças cardíacas mais perigosas durante a gravidez, causando hipertensão arterial e aumentando os riscos de morte fetal e materna.
Essa condição pode acometer qualquer mulher, incluindo pacientes que nunca tiveram nenhum problema no coração. No entanto, há alguns fatores de risco, como:
- grávidas com 35 anos ou mais;
- histórico familiar;
- primeira gestação;
- diabetes;
- grávidas de gêmeos.
O único tratamento é o controle da pré-eclâmpsia para que ela não evolua para eclâmpsia, com um acompanhamento pré-natal contínuo durante a gestação. Em alguns casos são indicadas medicações e até mesmo internação hospitalar.
A mulher deve ficar atenta a alguns sintomas característicos da pré-eclâmpsia, como náuseas, vômitos, dores de cabeça, visão embaçada, sensação de “luzes piscando”, dificuldade para respirar e alteração na frequência cardíaca.
Por esse motivo, é importante procurar um cardiologista antes de planejar a gravidez, uma vez que várias mulheres desconhecem os problemas no coração, sendo uma forma de evitar complicações cardíacas graves.
A recomendação é válida para todas as mulheres, mas principalmente àquelas que já possuem alguma doença cardiovascular, tem hábitos pouco saudáveis ou engravidam mais tarde (por volta dos 40 anos).
A falta de cuidados com o coração na gravidez pode até resultar em problemas mais graves, como um infarto. Por isso, todo cuidado é pouco – e isso vale tanto para a mãe quanto para o feto.
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